11.10.2024 [ThePortugalNews]
Autoridade de Cibercrime alerta para chamadas fraudulentas em Portugal
A Autoridade de Cibercrime da Procuradoria-Geral alertou para um "número muito significativo" de chamadas telefónicas dirigidas a destinatários em Portugal com "intenções ilícitas", algumas das quais ainda estão por esclarecer.
"Os destinatários atendem chamadas de números nacionais, mas ninguém responde do outro lado", refere o alerta, indicando que a Procuradoria tem recebido relatos frequentes sobre "chamadas silenciosas".
"Quando o destinatário atende, ninguém fala e, após alguns segundos, a chamada é desligada", explica a autoridade. Caso o destinatário não atenda e tente devolver a chamada, a ligação é atendida por uma pessoa dentro do país, cliente de um operador nacional e verdadeiro titular do número, que foi falsificado por agentes criminosos.
Este último indivíduo "não fez essa chamada e nada sabe sobre ela". O verdadeiro titular do número não tem conhecimento de que seu número foi usado indevidamente para realizar várias chamadas fraudulentas.
A Autoridade de Cibercrime afirma que "os detalhes desta atividade criminosa ainda não são totalmente conhecidos", mas que "já há informações suficientes para concluir que este tipo de chamada silenciosa tem um caráter exploratório e visa confirmar a validade dos números de telefone contactados".
Na sua avaliação, essas chamadas servem como uma "fase preparatória para outros tipos de fraudes telefónicas já bem documentadas, como chamadas falsas de agentes da polícia ou mensagens exigindo pagamentos".
Além desse fenómeno, a Autoridade de Cibercrime identificou outra campanha de fraude telefónica direcionada a vítimas em Portugal. Nesse caso, as chamadas fraudulentas são feitas principalmente em inglês, "por vezes de forma rude e com um sotaque comum no subcontinente indiano".
Fraudes relacionadas com criptomoedas
Num dos esquemas identificados, um agente criminoso finge ser funcionário de uma empresa de gestão de carteiras de criptomoedas e informa a vítima de que o seu e-mail está associado a uma carteira digital muito antiga contendo uma quantia significativa de dinheiro. O criminoso também alega que, devido à inatividade, a carteira será encerrada, a menos que o titular crie uma nova conta para transferir os fundos.
Foram ainda identificados casos em que os criminosos forneceram à vítima credenciais de acesso a uma plataforma online onde podiam visualizar um saldo fictício de uma carteira digital.
Se a vítima aceitar abrir uma nova conta ou carteira, como sugerido pelo criminoso, este informa que o processo exige um depósito imediato, que pode chegar a centenas de euros.
Para isso, o criminoso fornece instruções detalhadas sobre como transferir os fundos para essa suposta nova carteira digital.
"Naturalmente, essa carteira é controlada pelos criminosos, que, após receberem o dinheiro, desaparecem", alerta a autoridade.
"Essas chamadas telefónicas são fraudes. São realizadas por agentes criminosos que fazem parte de grupos internacionais de crime organizado. O único objetivo dessas chamadas é convencer as vítimas a transferir dinheiro para carteiras de criptomoedas indicadas pelos criminosos", conclui a Autoridade de Cibercrime.